A Comissão Europeia pediu aos países da
União Europeia que se comprometam com o desenvolvimento de energias
renováveis em um prazo de dois anos, quando será realizado o próximo
Conselho de Ministros comunitários de Energia. "Queremos estabelecer
objetivos comuns e talvez alguns não vinculativos para 2030, e queremos
fazer isto durante o mandato desta Comissão (que termina em 2014)",
defendeu o comissário de Energia europeu, Gunther Oettinger, durante sua
participação em uma conferência sobre o setor nesta terça-feira em
Bruxelas.
O puxão de orelhas de Oettinger aquece os motores para a reunião de
titulares do ramo da União Europeia, que será realizada na próxima
terça-feira na capital comunitária. "A bola está nas mãos dos
estados-membros, os investimentos valem o esforço", garantiu a
comissária europeia de Ação pelo Clima, Connie Hedegaard, que também
respaldou neste mesmo fórum a necessidade da UE assumir novos
compromissos vinculativos.
Tanto Oettinger quanto Hedegaard insistiram na necessidade de
estabelecer estratégias europeias sobre energia e para o desenvolvimento
do setor das fontes renováveis em longo prazo, que ofereçam segurança
aos investidores. A redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) é o
"denominador comum" sobre o qual os países membros devem trabalhar,
ressaltou Oettinger, explicando que estes podem escolher diversas
estratégias para cumprir os objetivos europeus.
Hedegaard advertiu sobre as consequências de a Europa manter a sua
dependência de petróleo no futuro, pois esta matéria-prima irá alcançar
preços de "três dígitos" no futuro. A comissária defendeu a importância
da economia verde na criação de empregos e garantiu que nos últimos
cinco anos esta gerou 300 mil novos postos de trabalho na União
Europeia, um número que poderia chegar a 2 milhões em 2020, segundo suas
estimativas.
"Dizem que os empregos verdes são os mais caros, mas onde está a prova
disto? Em nível mundial, o setor dos combustíveis fósseis recebe sete
vezes mais apoio que o das renováveis", destacou Hedegaard. A comissária
exemplificou as ajudas estatais que recebem os setores pouco rentáveis,
como o do carvão espanhol, onde cada posto de trabalho está
subvencionado com 73 mil euros por ano. "Continuar como está até agora
não sairá de graça", advertiu a comissária.
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