quinta-feira, 19 de janeiro de 2012


Ativistas nacionais e internacionais de movimentos sociais vão estar reunidos de 24 a 29 deste mês, no Rio Grande do Sul, durante o Fórum Social Temático, um braço do Fórum Social Mundial, para discutir a crise capitalista e as suas implicações com a justiça social e o meio ambiente.

A reunião preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade, a Rio+20, prevista para junho, no Rio de Janeiro, tem como tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental. De acordo com o representante do Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo do Fórum Social Mundial (Grap) Francisco Whitaker, o encontro vai avaliar questões que serão levadas pelas organizações sociais para a reunião de chefes de Estado em junho.

"As questões ambientais na Rio+20 não podem ser apenas maquiadas. Nossa ideia é fazer com que elas não sejam avaliadas fora do seu contexto social, ambiental e político. Não se trata de pintar tudo de verde", explica Whitaker.

Para o ativista, é preciso questionar os paradigmas de desenvolvimento e sugerir novos. "Na parte da energia, por exemplo, na Europa um grande investimento em energia eólica fez com que famílias consigam produzir sua própria energia e ainda transferir o que sobra para usinas. No que diz respeito à produção, é possível consumir aquilo que se produz, economizando no transporte e diminuindo, por exemplo, a emissão de CO2", explica Whitaker.

O Fórum Social Temático conta com apoios do Conselho Internacional do Fundo Social Mundial, dos governos brasileiro e gaúcho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), assembléia legislativa do Estado e das prefeituras das quatro cidades anfitriãs: Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

A globalização, o consumo exacerbado, o desequilíbrio na distribuição de riquezas e a falta de investimento do setor privado também serão abordados no fórum, que contará com a presença de diversas personalidades como a presidente da República, Dilma Rousseff. "É preciso avaliar os custos de produção. Com o desenvolvimento econômico cada vez maior acabamos buscando por formas de crescimento que agridem o meio ambiente. O que importa é produzir cada vez mais sem preocupação com a justiça ambiental. Os interesses não estão focados no ser humano, mas no lucro", afirma Whitaker.

Para Whitaker, o processo de avanço vai além da conscientização da população e envolve também uma mudança na política. "É preciso mudar a maneira de ver a política no Brasil. Os candidatos são muito ruins, precisamos selecioná-los melhor e ter esperança, porque sem ela nenhuma alteração irá realmente acontecer."

Fonte: Jenifer Rosa - DiárioNet, via Terra
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